segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pós-jogo: UOL

O primeiro clássico da decisão do título mineiro, neste domingo de Dia das Mães, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, teve um tempo de muita emoção, que foi o primeiro, e um segundo em que o ritmo foi mais arrastado. Mais objetivo, na etapa inicial, o Atlético-MG venceu o Cruzeiro, por 2 a 1, revertendo a vantagem do rival e, agora, pode empatar o jogo da volta, no próximo domingo, que será bicampeão mineiro. Aos 45 min, Montillo foi expulso e desfalca a equipe cruzeirense na finalíssima.

Ao contrário das últimas três vezes que decidiram o Campeonato Mineiro, no entanto, a primeira partida não definiu a parada. Em 2007, o Atlético goleou por 4 a 0 e nos anos seguintes, o Cruzeiro fez 5 a 0, em 2008 e 2009. Dessa vez, a disputa do título está aberta, já que o Cruzeiro, que terá o mando no segundo jogo e atuará ao lado de sua torcida, será campeão com vitória simples, por ter feito melhor campanha na fase de classificação.

Eliminado de forma surpreendente nas oitavas de final da Libertadores, após a derrota por 2 a 0 para o Once Caldas, quarta-feira passada, na mesma Arena do Jacaré, o Cruzeiro entrou em campo sob dúvida de como reagiria emocionalmente. Em campo, a equipe não mostrou abatimento, nem mesmo quando o Atlético-MG saiu à frente, logo aos 4 min.

As duas equipes que tiveram fracassos fora do Mineiro no primeiro semestre deste ano – o Atlético foi eliminado pelo Grêmio Prudente, no mesmo estádio –, mostraram muita vontade e determinação, especialmente nos 45 minutos iniciais. O resultado disso foi um clássico, disputado com a presença somente de atleticanos na torcida, emocionante na etapa inicial. No segundo tempo, o ritmo foi reduzido e a partida não agradou tanto.

Os dois técnicos que esconderam suas escalações, nos últimos dias, seguiram caminhos diferentes na definição dos times titulares. Dorival Júnior colocou em campo a equipe do treinamento da última sexta-feira, com o jovem Bernard no meio-campo, confirmando Magno Alves e Mancini, recuperados de contusões, no ataque.

Cuca, por sua vez, surpreendeu, ao deixar Roger, que foi expulso na derrota por 2 a 0 para o Once Caldas, que resultou na eliminação celeste. Ele escalou Everton na lateral esquerda e deslocou Gilberto para o meio-campo. “Era o momento de dar um choque, fazer uma coisa diferente, recuperar a antiga velocidade. Espero que o time se encaixe bem”, justificou o treinador celeste.

Antes de a bola rolar, Dorival Júnior, que comandou o Cruzeiro em 2007, fez questão de cumprimentar cada jogador do adversário no banco, além do supervisor Benecy Queiróz e de Cuca. “O Cuca é um amigo, jogamos juntos em dois clubes, é um grande ser humano, a quem respeito muito”, observou Dorival Júnior, que, durante a semana teve seu apelido revelado pelo treinador do rival: “Nariz”. “Não é um apelido aparente”, reagiu, Dorival, bem-humorado.

Logo após o apito inicial do paulista Paulo César de Oliveira, o Atlético-MG partiu para cima do adversário. Teve uma chance no primeiro minuto, com Magno Alves, que foi atrapalhado pelo goleiro Fábio no momento da finalização, e, aos 4 mim, abriu o placar. Mancini cobrou falta direto, que ele mesmo sofreu do lado esquerdo do ataque atleticano e surpreendeu ao camisa 1 cruzeirense.

A desvantagem não assustou o clube celeste, que passou a pressionar o rival, assumindo o controle da partida e criança condições de empatar. Aos 11min e 12min, Renan Ribeiro teve de trabalhar em chutes de Gilberto e Henrique. O time atleticano tentava explorar os contra-ataques e, algumas vezes, levava perigo. Em uma dessas chegadas, Mancini chutou fraco, facilitando a defesa de Fábio.

O Cruzeiro seguia melhor em campo e chegou ao empate aos 27 min, utilizando a estratégia do oponente. Everton recuperou bola que estava com o lateral-direito atleticano Patric e tocou para Montillo, que arrancou e serviu a Wallyson. O atacante, que foi dúvida até o último momento, acertou a finalização e empatou a partida. “O Montillo fez boa jogada, me deixou na cara do gol, só tive trabalho de colocar para dentro”, disse o autor do gol cruzeirense.

O Atlético não foi brilhante, não dominou o rival nem fez o que precisava para respirar tranquilo quando em vantagem. Mas o sistema defensivo foi muito bem. Os zagueiros Léo Silva e Réver foram muito bem. O time de Dorival foi pragmático e por isso venceu. O Cruzeiro, forte no ataque, perdeu graças a uma falha enorme de marcação.

O time atleticano tentou reequilibrar as ações, mas demonstrou sentir o gol celeste. Além disso, os erros de passes atrapalhavam a equipe atleticana. Aos 35 min, Wallyson caiu no gramado, depois que um objetivo foi atirado em sua direção. O árbitro Paulo César de Oliveira o recolheu e entregou ao quarto árbitro. De acordo com repórteres de emissoras de rádio, que estavam perto do gramado, foi uma bateria de celular. “A torcida deles não tem nada o que fazer, fica jogando copos, celular. O celular pegou nas minhas costas e doeu bastante”, relatou o atacante celeste.

No minuto seguinte, mesmo sem jogar bem, o Atlético-MG voltou a ficar em vantagem no placar. Giovanni Augusto fez boa jogada, tocou para Magnos Alves, que abriu mais ainda para Patric. O lateral-direito, que vinha sendo vaiado, bateu cruzado e marcou o segundo para o Atlético-MG, aos 36min. Na comemoração, ele correu em direção ao banco de reservas e abraçou o goleiro Giovanni. “Estou aqui para ajudar o grupo, quero fazer o meu melhor e quem sabe fazer mais gols”, disse Patric. A etapa inicial acabou com a vantagem atleticana.

O Cruzeiro voltou com uma mudança. Cuca tirou Pablo e colocou o volante Leandro Guerreiro para fazer a função. “Já atuei nessa posição até mesmo na Libertadores. Espero acertar para ajudar o Cruzeiro a pelo menos empatar, ou quem sabe, virar o jogo e ampliar a vantagem”, comentou. No Atlético-MG, Dorival Júnior não mexeu, mantendo a formação. E a partida foi retomada em ritmo mais lento.

O time de Cuca tinha mais posse de bola, mas enfrentava dificuldades para ameaçar o gol defendido por Renan Ribeiro. O Atlético-MG, na etapa final, atacava mais, mas também não era tão eficiente no sistema ofensivo. Os dois treinadores fizeram alterações tentando melhorar os rendimentos. O volante Fabrício, que não jogava desde novembro, por causa de lesão no púbis, entrou no lugar de Ortigoza, com Montillo sendo adiantado. No Atlético, Neto Berola foi a aposta de Dorival na vaga de Magno Alves.

O jogo foi equilibrado, com menos chances de gols dos dois lados. O Cruzeiro, em boa parte dessa etapa, foi pouco ofensivo. Nos 15 minutos finais, essa situação mudou e a equipe teve chances de pelo menos empatar. Na melhor delas, Gilberto, em seu último lance, antes de ser substituído por Dudu, chutou a bola na trave, aos 35 min. No final da partida, Montillo fez falta dura em Giovanni Augusto e foi expulso, levando o cartão vermelho direto.

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