Análise: Nem que o Cruzeiro pudesse, poderia investir muito no time em 2023. Talvez, nem em 2024! Entenda!

O Cruzeiro, público e notório, tem uma dívida bilionária para resolver em 10 anos e, para isso, já marcou uma Assembleia de Credores para 7 de dezembro, para apresentar o plano para quatro categorias diferentes respeitando cada uma, um limite, um prazo e parcelas, com valores pré-definidos. Ou seja, o Cruzeiro, que passa por uma recuperação judicial, mais que pagar as dívidas, precisa ser coerente com aquilo que diz, até para não provocar esses mesmos credores, que precisam esperar para receber.

Ou seja, mais do que ser, o Cruzeiro precisa parecer ser. Precisa não esbanjar em luxo, precisa não contratar jogadores caros e precisa mostrar a todos que está sendo sério. Com isso, por mais que o sócio aumente, que o clube pague transfer ban e que Ronaldo coloque dinheiro, não poderá ser muito. E diante dos prazos a contarem do acordo com os credores, em 2023 certamente o Cruzeiro não poderá cometer loucuras e, talvez, em 2024. Assim, aquela conversa do CEO Gabriel Lima, que em 2025 seria o ano que o Cruzeiro passaria a buscar os títulos, pois teriam sido passados 24 meses da Assembleia e, com isso, paga boa parte dos credores, aí sim o Cruzeiro estaria respirando. A situação financeira do Cruzeiro foi um dos temas, inclusive, tratados no programa JOGADA DE CLASSE, na última quinta-feira.

Ou seja, não há como a torcida cobrar da equipe de Ronaldo uma chuva de dinheiro. A dívida é prioridade, assim como a permanência na Série A. Seria muito prático se chagasse um sheik árabe, pusesse R$ 1 bilhão, liquidasse as dívidas e montasse um supertime, com estrelas internacionais da noite para o dia. Contudo, a realidade do Cruzeiro é uma gestão com os pés no chão, empresarial, sustentável e que abraça a legislação em seu máximo. A torcida precisa continuar abraçando o time, comprando a ideia, incentivando os atletas e ficar ao lado de Ronaldo, pessoa que salvou o clube.

Paulo André, um dos braços direitos do dono da SAF, afirmou que o grupo será qualificado, que o Cruzeiro não quer passar por sustos, mas que tudo vai acontecer dentro daquilo que está sendo previsto dentro e fora das quatro linhas, em sintonia com o pedido de recuperação judicial e em respeito aos credores do clube, vários que já aceitaram as condições, um deles, Fábio, ídolo da torcida.

Ou seja, a questão é: não há como dar um passo maior que a perna se para a justiça for falado algo e, na prática acontecer outra. Uma vez que isso aconteça, toda a reestruturação do clube estará e jogo e todo o acordo poderá ser desfeito. Assim sendo, a política falada precisa ser a política executada, com transparência, sem trapaças, algo bem diferente das últimas três gestões do clube, infelizmente.

JOÃO VITOR VIANA