O blog Cruzeiro Online continua sua série de enquetes para escolher os melhores da história do clube e saber um pouco mais dos guerreiros que ajudaram a escrever nossas páginas heróicas e imortais.
Poucos jogadores do Cruzeiro foram tão discutidos - e tão eficientes - como Wílson Piazza. Contratado em 1963 para armar o grande time que estava sendo preparado para conquistar o Mineirão depois de sua inauguração, ele talvez tenha sido a escolha mais feliz do ex-presidente Felício Brandi. Piazza entrou como uma luva no time. Lutador e dono de uma incrível visão de jogo, ele sempre se sacrificava para que o Cruzeiro alcançasse uma vitória importante. "Levo uma bola por baixo das pernas, se isso servir para um companheiro ganhar a jogada mais atrás, explicava ele.
Humilde , Piazza nunca se preocupou em ser o melhor em campo - e quase sempre era, pelo menos para o técnico e os jogadores. Não fazia jogada de efeito, mas estava sempre onde a bola ia cair. Tentar dribá-lo era um fracasso garantido para os atacantes.
Sua importância foi tão grande como a de Tostão para a conquista da Taça Brasil e o pentacampeonato mineiro. E mais ainda para ganhar a Taça Libertadores da América, em 1976, quando o Cruzeiro já não tinha Tostão.
Na Seleção: Participou da seleção de novos em 1967 (com 24 anos, onde foi capitão, sendo campeão no Uruguai, na Taça Rio Branco) e da seleção de 1970, onde foi aproveitado como quarto-zagueiro; após 67/75 jogos pela Seleção foi campeão da Taça Rio Branco 1967, tricampeão mundial no México 1970, campeão Taça Roca 1971, campeão Taça Independência 1972. Também disputou a Copa de 1974.
Parou de jogar em 1979 por causa de uma sinfisite púbica, mas até hoje a torcida lembra dele como o maior volante que vestiu a camisa azul em todos os tempos.
Títulos pelo Cruzeiro:
Campeonatos Mineiros: 1965 a 1969, 1972 a 1975.
Taça Libertadores: 1976
Taça Brasil: 1966
ZÉ CARLOS (1965 - 1977)
"O carregador de piano"
Um dos volantes mais clássicos e modernos do Brasil. Eficiente no desarme e melhor ainda na passagem da bola; acostumado a encarar jogadores de alto nível como Pelé, Rivelino, Ademir da Guia, Gerd Müller, Rattin, Mario Kempes.
Veio do Sport de Juiz de Fora.
Jogou no Cruzeiro de 1966 a 1977.
Convocado por Aimoré Moreira para vários amistosos em 1968/1969, e com Saldanha ficou quatro meses se preparando para a Copa 1970, mas entrou Zagallo, que fez outras convocações, não indo à Copa.
Zé Carlos defendeu o Cruzeiro em 628 jogos, sendo até hoje o atleta que mais vestiu a camisa da Raposa. Apesar de ser um volante, o jogador primava pela técnica e não escondia sua admiração pelo meia Ademir da Guia.
Em 1983, quando estava no Nova Lima (MG), o volante decidiu parar de jogar futebol para seguir a carreira de técnico.
Títulos pelo Cruzeiro:
Campeonatos Mineiros: 1965 a 1969, 1972 a 1975 e 1977
Taça Libertadores: 1976
Taça Brasil: 19661
DOUGLAS (1981 - 1987/ 1992 - 1994)
"O grande ídolo da década de 80"
William Douglas Humia Menezes nasceu no dia 17/03/1963, em Belo Horizonte-MG.
Um dos principais jogadores do Cruzeiro. Fez história como um dos mais aguerridos volantes do futebol mineiro.
Criado na base, Douglas foi promovido aos profissionais ainda jovem. Tinha como principal característica o posicionamento, o bom passe e a garra.
Tornou-se ídolo da torcida num período de poucas glórias para o clube: a década de 80. Saiu em 1988, indo jogar na Portuguesa como ponte para o Sporting, de Portugal. Também atuou por algumas partidas na seleção brasileira.
Retomou em 1992 para fazer parte da equipe que ficou conhecida como “Dream Team” e conquistou a Supercopa. Num fato inédito foi alvo de um movimento dos próprios atletas, que exigiram da diretoria a renovação do seu contrato.
Fica evidente a importância de Douglas não apenas para a massa torcedora, mas para a própria história do Cruzeiro.
Títulos pelo Cruzeiro:
Campeonatos Mineiros: 1984, 1987, 1992 e 1994
Copa do Brasil: 1993
Supercopa dos campeões da Libertadores: 1992
ADEMIR (1986 - 1992/ 1993 - 1995)
"A raça azul"
Ademir nasceu no dia 06/01/1960, em Toledo-PR. Começou no Toledo.
O ex-volante Ademir faz parte da história do Cruzeiro. Jogador do clube por quase 10 anos, ele participou da conquista da Supercopa em 1991 e 1992, da Copa Master e Copa Ouro em 1995 e do Campeonato Mineiro em 1987/1990/1994.
Aos 17 anos foi promovido para os profissionais e, dois anos depois, foi comprado pelo Internaciona-RS . Na equipe gaúcha, Ademir viveu grande momento de sua carreira, pois, além do tetra-cam peonato gaúcho de 1981/1984,
conquistou, pela seleção Brasileira, a medalha de Prata nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984.
Em março de 1986 foi negociado com o Santo André, mas o volante não ficou no clube paulista muito tempo, pois, em setembro do mesmo ano, a pedido do técnico Carlos Alberto Silva, ele foi contratado pelo Cruzeiro.
Com pouco tempo na Toca, Ademir já tinha conquistado admiração e respeito, não só pela aplicação dentro de campo, como também pela conduta fora das quatro linhas. Em 1988, nos Jogos Olímpicos de Seul, conquistou sua segunda medalha de Prata pela Seleção. Em 1992, o craque foi vendido ao Racing, da Argentina. Mas foi por pouco tempo, pois, no início de 1993, ele voltou à Toca da Raposa ainda a tempo de ajudar a equipe a conquistar sua primeira Copa do Brasil.
Títulos pelo Cruzeiro:
Campeonatos Mineiros: 1987, 1990, 1994
Copa do Brasil: 1993
Supercopa dos campeões da Libertadores: 1991 e 1992
Copa Ouro: 1995
Copa Master: 1995
RICARDINHO (1993 - 2002/ 2007)
"O mosquitinho azul", "O motor do meio campo".
Com 1,70m de altura, corpo franzino, peso médio na casa dos 60Kg, o craque Ricardinho vem provando que um volante não precisa ser uma máquina musculosa, mas sim ter futebol, bom fôlego e visão de jogo. Com sete anos de Cruzeiro, clube do seu coração, ele é um colecionador de títulos. Chegou para o juvenil celeste em 1993 e, um ano depois, pouco antes de completar 18 anos de idade, já obtinha seu primeiro título profissional, no time Azul estrelado que venceu um Mineiro de 1994.
É o jogador recordista de títulos do Cruzeiro, tendo participado da campanha de 15 conquistas do clube.
Em 1993, o Cruzeiro foi jogar em sua cidade contra o Esportivo, pelo campeonato mineiro, Ricardinho disputou a preliminar pelo seu clube, o Açucareira, contra o mesmo Esportivo, na categoria juvenil. Vendo a preli- minar estava o Salvador Masci, diretor de futebol do Cruzeiro, que gostou muito do estilo daquele garoto.
Dias depois, Ricardinho apareceu na Toca para o sonhado teste . O treinador do juvenil era Eduardo Amorim, que também gostou de seu futebol, mas pediu para que o garoto voltasse alguns dias depois, pois havia muitos jogadores para a posição. Ricardinho voltou e nunca mais saiu da Toca.
Ídolo, um craque, bom de desarme, bom marcador, bom chutador de fora de área, apoiava muito bem. Em 2002 estava em ótima fase.
Seleção: três jogos, principalmente em 1996.
Pelo Kashima Antlers foi campeão da Copa A3 Mazda 2003.
Títulos pelo Cruzeiro
Campeonatos Mineiros: 1994, 1996, 1997 e 1998
Copa do Brasil: 1996 e 2000
Copa Sul-Minas: 2001 e 2002
Copa Centro-Oeste: 1999
Copa Master da Supercopa: 1995
Copa Ouro: 1995
Copa Libertadores da América: 1997
Recopa Sul-Americana: 1998
Copa dos Campeões de Minas Gerais: 1999
Supercampeonato Mineiro: 2002
Prêmios individuais: Bola de Prata da Revista Placar 1996 e 2000.
MALDONADO (2003 - 2005)
"O dono do meio campo"
Cláudio Andrés Del Transito Maldonado Rivera nasceu no dia 03/01/1980, em Curicó, no Chile.
Maldonado foi contratado ao São Paulo em 2003, em parceria com o laboratório EMS, em mais uma indicação certeira de Vanderlei Luxemburgo. Ao ganhar a posição, transformar-se-ia em mais um ídolo estrangeiro da história do clube e um dos responsáveis pela "tríplice Coroa" de 2003.
Volante seguro, de técnica apurada, leal para com seus adversários e cirúrgico na maneira como efetua as roubadas de bola.
Começou sua carreira em 1997, no Colo Colo do Chile, mas foi no Brasil que encontrou sua casa.
Sua grande fase foi no Cruzeiro, integrando o time que conquistou a chamada Tríplice Coroa (2003).
Em 2006, se transferiu para o Santos.
Em janeiro de 2008, acertou com o Fenerbahçe, onde foi comandado por Arthur Antunes Coimbra, Zico. Ficou na Turquia por um ano e meio e atualmente defende o Flamengo do Rio de Janeiro.
Outros títulos: Campeão Chileno pelo Colo Colo, em 1998; Campeão Paulista pelo São Paulo, em 2000; Campeão do Torneio Rio-São Paulo pelo São Paulo, em 2001; Bicampeão Paulista pelo Santos, em 2006 e 2007.
Atuou pela seleção chilena.
Títulos pelo Cruzeiro
Campeonatos Mineiros: 2003 e 2004
Copa do Brasil: 2003
Campeonato Brasileiro: 2003
Bola de Prata Placar: 2003