Patrocínio residual: a grande vantagem do #bmgbranco
Na última sexta-feira, 28, a hashtag, recurso do Twitter que agrupa as mensagens dos usuários por assunto, #bmgbranco, criada por torcedores cruzeirenses, movimentou a rede social, atingindo o patamar de uma das mais publicadas no Brasil. Os “tweets” manifestam o desejo do torcedor (consumidor) de que o patrocínio estampado na camisa do Cruzeiro seja em uma cor que não altere as cores tradicionais do uniforme.
Com a intenção de convencer os representantes do patrocinador a alterar a cor da marca estampada na camisa, os torcedores argumentam que, com a mudança, a venda de camisas aumentaria sensivelmente, o que me fez lembrar de um post que li há algum tempo no blog “Olhar Crônico Esportivo”, do site globoesporte.com.
O texto, escrito pelo produtor audiovisual Emerson Gonçalves, chama-se “Patrocínio residual: um valor a mais para os patrocinadores” e relata um caso em que torcedores anônimos da cidade de Santa Rita do Passa Quatro. Eles utilizavam camisas do Corinthians com o patrocínio da Samsung, que à época, deixara de patrocinar o clube alvinegro há três anos, promovendo, assim, mais um eco gerado pelo patrocínio. Além disso, uma atriz apareceu no site com uma camisa estampando a mesma marca, criando mais um bônus.
Aqui em Minas, quem ainda hoje, mais de 10 anos após o fim da parceria, não vê nas ruas camisas do Cruzeiro com o patrocínio da “Energil C”? Isso é patrocínio residual. Um bônus gerado às empresas patrocinadoras, já que, por vários motivos, os torcedores brasileiros dificilmente renovam seus uniformes anualmente. No caso do torcedor cruzeirense, a elevação da venda de camisas, seja pela alteração do patrocínio ou por uma possível boa campanha na Copa Libertadores, agregaria um benefício adicional à exposição da marca do banco.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha no início de 2010, cerca de 54% da torcida cruzeirense tem renda superior a 5 salários mínimos, dados compatíveis com as informações de outra pesquisa da mesma instituição, desta vez, sobre a participação de cada clube na venda dos pacotes de PPV, pay-per-view, em 2010, que indicam o torcedor do Cruzeiro como o quinto maior comprador dos pacotes no ano, representando 6,5% do total.
Estes dados demonstram o potencial de consumo da torcida cruzeirense e indicam que a alteração das cores do patrocínio, tanto no Cruzeiro quanto nas camisas de outros clubes em que as torcidas pedem constantemente que a marca da empresa patrocinadora não destoe das cores tradicionais dos uniformes, como o São Paulo e o Flamengo, por exemplo, pode ser benéfica para a construção da imagem dos patrocinadores e mais atraente ainda do ponto de vista do patrocínio residual decorrente do aumento das vendas de camisas.
2 comentários:
É muito simples torcedor do Cruzeiro. Basta fazer uma campanha para que nenhum torcedor compre a camisa do Cruzeiro caso o patrocínio não seja estampada nas cores azul e branco. Simples assim. Eu não comprei a do ano passado e não comprarei a desse ano com esse patrocinio ridículo. Ao contrário, em 2009 comprei a azul e a branca sem o patrocinio. São as duas camisas mais lindas que eu tenho.
No fim das contas, não muda nada...
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