No último dia 30, o Cruzeiro concretizou uma das maiores negociações de sua história.
Formado nas categorias de base do clube, o zagueiro Wallace deixou a
Toca da Raposa rumo ao Sporting Braga, de Portugal, por 9,5 milhões de
euros. A venda ao grupo Gestifute, do empresário português Jorge Mendes,
foi a sexta maior de um zagueiro que deixa o Brasil com destino à
Europa. Como detinha 60% dos direitos econômicos do atleta, o clube
celeste recebeu 5,7 milhões.
Cerca
de vinte dias após após a oficialização do negócio, o zagueiro
conversou por telefone, diretamente de Portugal, com a reportagem do Superesportes.
Wallace revelou os detalhes da transação milionária, falou da
aproximação de Deco com o Cruzeiro, ainda no final de 2013, quando o
ex-jogador esteve em Belo Horizonte, sobre o alto valor da negociação e
ainda destacou a responsabilidade que o tamanho da venda traz ao seu desempenho em Portugal.
Com poucas oportunidades
no time profissional da Raposa, o defensor também revelou mágoas com o
clube mineiro. Pontuou que esperava receber mais chances no time de
Marcelo Oliveira e revelou que a contratação de Manoel foi o estopim
para aceitar a proposta do time português. Sobre o elenco, no entanto,
Wallace deu ótimos indicativos e palpitou que, dificilmente, alguém irá
tirar mais um troféu do Campeonato Brasileiro da Toca da Raposa.
Confira a entrevista completa com Wallace
Quando começou o interesse de clubes estrangeiros por você?
O Deco entrou em contato comigo pela primeira vez ainda no Brasil, no ano passado, perguntou como eu estava, como era minha situação, ainda antes de fecharmos o negócio. Foi na época que toda imprensa noticiou a presença dele na Toca da Raposa e achavam que ele estava ali para negociar outro jogador, mais velho. Naquele momento, ficamos sabendo que havia interesse em mim. Ali ele começou a me acompanhar de perto e a negociação, graças a Deus, se confirmou.
Mas quando o grupo Gestifute fez a proposta para sua compra? O valor foi mesmo o de 9,5 milhões de euros?
Isso, foram 9,5 milhões de euros mesmo. No momento em que chegaram as primeiras especulações, eu estava no Torneio de Toulon (com a Seleção Brasileira, em maio). Saíram muitas coisas na imprensa, muitas matérias, mas até a mim não tinha chegado nada. Quando retornei ao Brasil, todos estavam dizendo sobre propostas, quais eram os países. Na minha chegada, eu disse que não sabia e não sabia mesmo. Nos dias seguintes, conversei com meus empresários, eles falaram as situações, se eu estava de acordo, e começamos a negociar.
Quais os clubes mostraram interesse?
Havia muitos clubes mesmo. Meus representantes me falaram em Sevilla e Monaco, além do Braga, que foi o que chegou firme mesmo, bastante interessado. Eles me passaram mais confiança, mostraram estrutura e projeto melhor. Tenho certeza que fiz uma excelente escolha.
Agora você pertence ao grupo do megaempresário Jorge Mendes. Como é a relação com ele?
Eu me surpreendi bastante pelo patamar do Jorge Mendes, os grandes jogadores que ele representa em todo o mundo. E por eu estar começando agora, por ser muito novo, pensei que o tratamento seria diferente. Mas não, ele me deixou bem à vontade. Quando cheguei a Portugal, ele nos recebeu, nos encontramos, conversamos muito sobre tudo. Não é fácil ser representado por ele, mas espero ser apontado no futuro como um grande jogador dele.
Você foi vendido por 9,5 milhões de euros. É o sexto zagueiro mais caro já vendido por clubes brasileiros. Como encara isso?
É muita responsabilidade ser vendido por esse valor, sem dúvida. Todo mundo olha diferente, como jogador diferente, e nos obriga a jogar um futebol diferente. Diariamente é bastante difícil. Tem mesmo que ficar em um nível acima dos demais, porque a cobrança é maior.
Você praticamente não jogou pelo profissional do Cruzeiro. Foram oito oportunidades. Queria ter ficado mais tempo no clube?
A gente sempre quer ficar no clube que a gente começa, tem uma motivação a mais, se firmar na equipe titular do profissional e ficar no Brasil nesse início, claro. Mas, infelizmente, as coisas não aconteceram e Deus colocou o Braga no meu caminho. No momento em que eu estava no Cruzeiro, também, tinha bastante jogador.
Havia muitos clubes mesmo. Meus representantes me falaram em Sevilla e Monaco, além do Braga, que foi o que chegou firme mesmo, bastante interessado. Eles me passaram mais confiança, mostraram estrutura e projeto melhor. Tenho certeza que fiz uma excelente escolha.
Agora você pertence ao grupo do megaempresário Jorge Mendes. Como é a relação com ele?
Eu me surpreendi bastante pelo patamar do Jorge Mendes, os grandes jogadores que ele representa em todo o mundo. E por eu estar começando agora, por ser muito novo, pensei que o tratamento seria diferente. Mas não, ele me deixou bem à vontade. Quando cheguei a Portugal, ele nos recebeu, nos encontramos, conversamos muito sobre tudo. Não é fácil ser representado por ele, mas espero ser apontado no futuro como um grande jogador dele.
Você foi vendido por 9,5 milhões de euros. É o sexto zagueiro mais caro já vendido por clubes brasileiros. Como encara isso?
É muita responsabilidade ser vendido por esse valor, sem dúvida. Todo mundo olha diferente, como jogador diferente, e nos obriga a jogar um futebol diferente. Diariamente é bastante difícil. Tem mesmo que ficar em um nível acima dos demais, porque a cobrança é maior.
Você praticamente não jogou pelo profissional do Cruzeiro. Foram oito oportunidades. Queria ter ficado mais tempo no clube?
A gente sempre quer ficar no clube que a gente começa, tem uma motivação a mais, se firmar na equipe titular do profissional e ficar no Brasil nesse início, claro. Mas, infelizmente, as coisas não aconteceram e Deus colocou o Braga no meu caminho. No momento em que eu estava no Cruzeiro, também, tinha bastante jogador.
Então a proposta apareceu na hora certa para você?
Quando a proposta do Braga apareceu, eu estava me sentindo sem espaço no clube. Antes de eu bater o martelo, o Cruzeiro ainda anunciou a contratação do Manoel. Naquele momento eu enxerguei que o Cruzeiro já estava com intenção de me vender ou me deixar parado por mais um ano, porque já estava contratando outro. Eu imaginava jogar mais, ou ser a primeira opção de banco. Mas, com a contratação (do Manoel), eu percebi que não seria assim, como eu pensava que seria. E aí fechamos com o Braga.
Mas houve alguma pressão por parte do clube para sua venda?
Como jogador, eu senti que já estavam me descartando do plantel. Eu vinha bem, dentro do grupo, na Seleção Brasileira. Joguei oito partidas e ganhei sete. E o clube, na primeira oportunidade de eu sair, nem me perguntou direito se eu queria sair e já começou a negociar. Então me senti desvalorizado pelo clube.
Pensa em voltar um dia e mudar essa história?
A gente sempre guarda o carinho com o clube. Mas tem muita coisa para acontecer na minha carreira, tudo depende muito do momento em que eu me encontrar, quem sabe eu possa voltar ao Cruzeiro. Mas não é um objetivo de vida. Estou bem.
Qual a importância dos Torneios de Toulon que você disputou pela Seleção, em 2013 e 2014?
As portas se abriram mesmo no primeiro, em 2013, quando joguei como titular. Ali já começaram as especulações. Achei que o Cruzeiro mudaria a relação comigo, que algo mudaria dentro do clube, teria mais chances, mas nada mudou. E eu posso jogar em alto nível. Mas estar na lista de convocação desperta grande interesse em todos os clubes. Em todas as partidas que joguei, eu me saí bem, e no último jogo do Torneio, ainda consegui marcar um gol para fechar.
Quando a proposta do Braga apareceu, eu estava me sentindo sem espaço no clube. Antes de eu bater o martelo, o Cruzeiro ainda anunciou a contratação do Manoel. Naquele momento eu enxerguei que o Cruzeiro já estava com intenção de me vender ou me deixar parado por mais um ano, porque já estava contratando outro. Eu imaginava jogar mais, ou ser a primeira opção de banco. Mas, com a contratação (do Manoel), eu percebi que não seria assim, como eu pensava que seria. E aí fechamos com o Braga.
Mas houve alguma pressão por parte do clube para sua venda?
Como jogador, eu senti que já estavam me descartando do plantel. Eu vinha bem, dentro do grupo, na Seleção Brasileira. Joguei oito partidas e ganhei sete. E o clube, na primeira oportunidade de eu sair, nem me perguntou direito se eu queria sair e já começou a negociar. Então me senti desvalorizado pelo clube.
Pensa em voltar um dia e mudar essa história?
A gente sempre guarda o carinho com o clube. Mas tem muita coisa para acontecer na minha carreira, tudo depende muito do momento em que eu me encontrar, quem sabe eu possa voltar ao Cruzeiro. Mas não é um objetivo de vida. Estou bem.
Qual a importância dos Torneios de Toulon que você disputou pela Seleção, em 2013 e 2014?
As portas se abriram mesmo no primeiro, em 2013, quando joguei como titular. Ali já começaram as especulações. Achei que o Cruzeiro mudaria a relação comigo, que algo mudaria dentro do clube, teria mais chances, mas nada mudou. E eu posso jogar em alto nível. Mas estar na lista de convocação desperta grande interesse em todos os clubes. Em todas as partidas que joguei, eu me saí bem, e no último jogo do Torneio, ainda consegui marcar um gol para fechar.
Não tenho muito o que falar sobre o Manoel. É um grande jogador, mas não tem como comparar. São características diferentes. Torço muito pelo sucesso dele. Sobre os outros que estão lá, só tenho a agradecer todos. O trabalho, a convivência diária com Dedé, Bruno Rodrigo, Léo e o Alex, que subiu.
O Cruzeiro levará mais um Brasileirão?
Meu palpite esse ano é que o Cruzeiro ganha. Se tudo correr bem, pelo elenco que tem, são grandes jogadores, um grupo muito fechado, estrutura excelente. Difícil alguém conseguir tirar o titulo.
Qual a principal virtude desse elenco?
A principal qualidade do Cruzeiro é a união. O treinador Marcelo conseguiu criar um grupo de grandes amigos, conseguiu ganhar a confiança dos jogadores. Ali tem um comando fechado com os jogadores. Isso no futebol hoje é o mais difícil. O grupo tem jogadores diferentes, de estilos diferentes, mas quando se fala no grupo por inteiro é fora de série, são unidos de uma maneira que ninguém acredita. Todo mundo fala que é fachada, mas só quem está lá sabe como isso é verdade.
Como está a adaptação ao Braga?
Adaptação está ótima. Aqui estamos terminando pré-temporada, é desgastante, mas importante. Começamos no dia 17. Hoje fizemos um amistoso e seguimos com preparação física, trabalhando firme. Hoje joguei como titular, mas o grupo não está todo definido ainda, o professor está escolhendo as melhores opções, quem tiver melhor vai jogar.
Você assinou contrato de quatro temporadas com um time que é visto como ponte para outros clubes maiores. Espera seguir no Braga ou, como outros jogadores, logo se apresentar a uma grande equipe europeia no futuro rápido?
Toda essa questão depende de momento. Se eu estiver passando por momentos ruins, outros clubes não vão se interessar. Se estiver bem, interessando alguém, vamos sentar para conversar. A conversa na chegada, com o Jorge Mendes, foi boa. Ele disse, pelo horizonte que tem aberto, para eu fazer o meu trabalho dentro de campo e fora de campo para deixar com ele. Tenho total confiança nele e mais ainda no meu trabalho. Rendendo em alto nível, tudo vai correr alguém.
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