sábado, 5 de janeiro de 2019

MITAIR

As redes sociais, hoje, dão o tom à noticia. E dependendo do que acontece nos bastidores ou até no jogo, ela repercute bem ou mal aquilo que aconteceu. Nos últimos dias, Itair Machado tem sido um nome lembrado constantemente. E, diferentemente dos primeiros meses de clube, quando parte do torcedor chegou a questioná-lo, atualmente, até pela postura firme diante do assédio dos clubes em jogadores celestes, Itair tem sido chamado até mesmo de "Mitair".

Com um jeito de dirigente dos anos 80, Itair não se mostra adepto ao politicamente correto. Aliás, faz ele muito bem. Afinal, a mídia esportiva, tanto a regional quanto a nacional, desdenha do Cruzeiro. Em administrações passadas notávamos uma passividade dos dirigentes, principalmente do presidente e do vice, que se escondiam nos momentos difíceis e só apareciam nos "louros da vitória". Comportamente muito diferente de Itair, que ainda que seja vice-presidente de futebol, é a pessoa responsável por responder aos questionamentos e a pessoa capacitada para fechar negociações. No ano passado não perdeu tempo: assim que Fred deixou o rival, fez uma proposta a ele, que o tirou de uma viagem do atacante para o Oriente Médio. Com pouco dinheiro conseguiu reforçar o time celeste e já no primeiro ano de gestão, ao lado de Wagner Pires de Sá e demais dirigentes, conseguiu dois títulos. A Libertadores, sonho almejado, ficou para, quem sabe, 2019, haja vista que fomos tirados da competição pelo apito em 2018.

Não irei, aqui, ficar criticando administrações passadas e nem fazendo comparações. Mas há tempos o Cruzeiro precisava de um dirigente que realmente valorizasse o grupo, o time, a instituição. Se no passado recente a gente conquistou muito título, em contrapartida a gente vendeu muito, desfigurando a equipe e, nem sempre, pelo valor que poderia vender. Já na administração de Gilvan de Pinho Tavares, embora tenha conquistado três títulos nacionais, uma série de negócios tem vindo à tona, inclusive com débitos a serem pagos, que essa administração herdou. Assim, quem assumiu o clube em 2018, precisa, além de viabilizar o clube novamente, ainda reforçar ainda mais o "caixa". A postura de Itair (ou seria Mitair?) agrada muito ao torcedor. Tratar Dedé como inegociável e Arrascaeta como um ativo valoroso é o caminho correto. Quem quiser, que pague o valor justo pelo jogador.

Hoje o Cruzeiro é um time cujos jogadores são visados e desejados. Embora algumas pessoas usem as redes sociais para falar que nossa média de idade é alta, isso ou aquilo, o que interessa é que estavamos levantando canecos, conquistando nosso espaço e mostrando a força de um time, que ainda que não tenha o recurso de clubes do eixo Rio-São Paulo, com a astúcia de uma Raposa consegue formar equipes tão ou mais competitivas que estas "endinheiradas". Que Itair continue tendo essa postura firme, dizendo aquilo que muitas vezes as redes de tv, jornais, revistas e sites não gostariam de ouvir, valorizando a marca e batendo o pé nas negociações. O Cruzeiro não é feira e Itair sabe muito bem isso.

Por: João Vitor Viana

2 comentários:

marcelofrizzera disse...

com certeza. ItAir não é nenhum santo mas além de cruzeirense de coração.sabe negociar teve um quarto do dinheiro do urubu e ganhou 2 títulos e eles não ganharam nada

RUTILHO disse...

Futebol virou um balcão de negócios onde a matéria prima é o jogador em inicio de carreira que é de imediato contratado/vendido em fatias. Gostaria que o Sr. Itair desse um basta nessa situação perniciosa ou pelo tentasse. Ao buscar no mercado procurasse comprar não a fatia do jogador mas por inteiro. Sei que é difícil mas se ninguém tomar uma atitude quanto a isto os clubes só vão perder. Um empresário safado qualquer, dentro de seu "escritório", manipula o jogador, lesa um clube do tamanho de um C.E.C em consequência desses negócios sem bases profissionais. É preciso deixar o amadorismo e ser profissional na gestão do futebol. Tomara que essas coisas sejam corrigidas. Arrascaeta vai, outros foram, Cruzeiro continua ganhando títulos mas, para ganhar o TRI DA LIBERTADORES, o elenco tem que ser muito mais muito qualificado mesmo.