quinta-feira, 20 de maio de 2010

Mais do mesmo, a bíblia.

"Ele se sentiu agredido? É normal. O Richarlyson se sente agredido por qualquer coisa. Na minha opinião, ele sempre faz encenação. Eu acho que a entrada que ele me deu na partida no Mineirão foi mais forte. Mas eu levantei e continuei jogando, não precisei rolar, não precisei botar a mão no pé. Mas o Ricky é assim mesmo. No Ricky sempre dói mais - disse Kleber".

Por Marcello Zalvi

Bom amigos, terminou mais uma Libertadores para o Cruzeiro. Antes da partida, declarações convictas dos jogadores e uma história repleta de grandes feitos, ajudaram a criar na torcida um clima de confiança que poucas vezes presenciei diante de uma meta bastante complicada.

Sei que muitos estão esperando por linhas repletas de revolta, mas assim como o cidadão normal que bate cartão todos os dias, estou perdendo a capacidade de me indignar com determinadas situações. Mesmos discursos, mesmos erros, nenhuma mudança, se isso são fatos corriqueiros no nosso cenário político, imagine no futebol que apesar de mexer de forma tão intensa com os sentimentos das pessoas, não passa de um jogo, uma brincadeira de criança “profissionalizada”.

Pois bem, de forma racional posso dizer que a classificação não foi perdida ontem, nem na quarta feira passada no Mineirão. Na verdade, esta perda, assim como alguns campeonatos brasileiros e a final do torneio continental de 2009, foi pelos mesmos erros que se atravessam na interminável gestão Perrella. Que hierarquizou o clube, dominando sua estrutura política, anulando o surgimento de novas lideranças e deixando o Cruzeiro em um ostracismo que já perdura desde o nosso último momento de glórias no longínquo ano de 2003.

A derrota pode ser creditada primeiramente na conta da diretoria. Desde a conquista do Brasileiro há sete anos, o time foi desmanchado e montado sem critérios e organização. A defesa é o espelho dessa administração. Ela é fraca, lenta e desorientada, e o pior, não tem perspectivas de melhoras, já que em 2004, após o desmanche da dupla Cris/Dracena, o Cruzeiro nunca mais conseguiu firmar o setor. Passaram por aqui nomes como Argel, Espinosa, Moises, Emerson entre outros. Hoje, chegamos ao cúmulo de jogar uma 4° de Libertadores com Gil e Thiago Heleno.

Não é só isso que caracteriza os últimos fracassos da Raposa. Outras bizarrices são cometidas insistentemente pelos “sábios” do departamento de futebol. Vender jogadores no meio das competições, comprar jogadores sem condições de vestir a camisa do time, transações mal esclarecidas. Tudo feito com muita cara de pau e deboche, afinal, como o próprio presidente disse, “Torcedor é passional”.

Outro capítulo a parte é para o comandante do time. O técnico Adilson Batista fez um estágio de dois anos e meio na Toca. Conseguiu conquistar dois acirrados campeonatos mineiros, vencendo de forma suada o cambaleante rival regional pelo placar apertado de 5 X 0. Perdeu 3 Libertadores e 2 Brasileiros (os mais fáceis da história). Quem ganhou com o seu trabalho e seus “estudos”, pois estamos falando de um acadêmico de rara visão do esporte, foi ele mesmo. Adilson agora é badalado por todos os lados porque após a passagem (período de experiência) em um grande clube, seus times estão sempre na ponta, apesar de não levar. E convenhamos, deve ser muito complicado colocar o Cruzeiro na parte de cima da tabela, afinal, contamos apenas com meia dúzia de bons jogadores. Fábio, Jonathan, Leonardo Silva, Diego Renan, Fabrício, Fabinho, Henrique, Roger, Gilberto, Kleber, Thiago Ribeiro, Guerron, Wellington Paulista... Como montar um time competitivo com tantas babas, não é verdade? O quero dizer é que Se você estiver em uma Ferrari será rápido, mas não quer dizer que vá ganhar. Entre ser o mais rápido e vencer uma corrida, existe uma diferença enorme, assim também é no futebol (estou cheio de comparações hoje).

Falando sério, o titio Adilson é como a maioria dos treinadores do Brasil, sabe fazer uma boa limonada com limões, e mais nada. Falta a ele transformar a limonada em suco de laranja, de abacaxi, de qualquer coisa. Falta a ele fazer a diferença com o simples. Falta parar com o discurso do jogador de confiança e dar o colete de titular para quem está em melhor fase, falta a ele ser menos arrogante e ter uma leitura menos covarde do jogo. Falta substituir as peças com intuito de vencer e não para não perder (se você consegue entender a grande diferença que existe nisso). Ele poderia ter sido um dos maiores campeões no comando do time, mas acabou sendo mais um que não ganhou nada com um bom time na mão.

Não vou culpá-lo pela derrota, ele está la porque a diretoria quer. Talvez não tenha o time que deseja pela política financeira do clube, que arrecada bastante e gasta muito pouco, afinal, como diz o Maluf, “não vamos fazer nenhuma loucura e inviabilizar o clube”, como se Rodrigo (hoje no Grêmio) e Alex Silva (no São Paulo), fossem jogadores totalmente fora da realidade. O passe do Gil e a vinda do Caçapa e do Luisão, certamente pagariam um contrato de 2 anos de um bom zagueiro. Entretanto, não renderiam lucros ao time no futuro, e como todos sabemos, o Cruzeiro é hoje um exemplo de banco. E banco gosta de?

Sem querer me alongar, o que já se tornou impossível. A verdade é que continuaremos torcendo do mesmo jeito e acreditando que o time vai chegar, mesmo sabendo que tudo continuará como antes. O diretor fala que vai contratar depois da copa, o presidente diz que não, que vai é vender, o técnico continua com seus Paranás no meio campo, com seu futebolzinho burocrático e sem ousadia. Vamos brigar para chegar a Libertadores e lamentar os pontos perdidos contra o Avaí e outros “gigantes” no Mineirão que acabaram tirando o título das nossas mãos.
No final é tudo mais do mesmo, igual à alegria zebrada de uma torcida sem time que vibra as vitórias alheias. Igual a esta coluna.

Nada de novo, próxima, por favor.
NOVIDADE SÓ NO BLOG: AGORA COM A FIGURINHA DO JOGO.

ELE MERECE SER O PRIMEIRO POIS ONTEM MOSTROU MAIS UMA VEZ QUE É SELEÇÃO. NO JOGO DE ONTEM APENAS ELE SE SALVOU, FOI A FIGURA DO CRUZEIRO NO JOGO.

3 comentários:

renanr disse...

O Fábio merece um grande clube que lute por títulos, lamento que este clube não seu O Cruzeiro.

Lastimável

Rodrigo Gomes disse...

Quando eu vejo o Paraná jogando essa bolinha e recebendo a alcunha de mestre (de mestre!) de alguns babões aí, eu vejo a que ponto chegamos. Mas podemos ficar tranquilos, o Maluf falou que nos próximos dias chegam três reforços HAHAHAHAHAHA. Não dá pra disfarçar a sensação de deja-vu.

Anônimo disse...

Zalivi! Fiquei emocionado...
Parabéns!
Abraço
Thiago