sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

PAPO DE BUTECO - A VELHA POLÍTICA


A previsão do Cruzeiro no ano que vem é faturar algo em torno R$ 100 milhões entre TV, Patrocínios, bilheteria, ações de marketing, vendas de produtos e de jogadores (esse ano, se efetuar a venda de Kieza e Bernardo, o Cruzeiro pode faturar só com atletas algo em torno de R$ 40 milhões).

Quantos clubes no futebol brasileiro conseguem faturar por ano uma quantia dessas? O Cruzeiro não faz esforço para contratar, tem a política do barato, do jogador que chega de graça, do jogador de empresário, e no final do ano, sempre a mesma história de que não tem dinheiro e que tem que vender o craque do time para manter as contas em dia. Até agora eu não consigo entender direito como o time gasta tanto dinheiro, alias, até consigo, gasta mal, muito mal. Preferem pagar R$ 200 mil para um jogador que nem relacionado é, do que fechar contrato de 3 anos com Fabrício, por exemplo.

Os velhos erros de contratações, os velhos problemas de sempre. Colocam 500 jogadores no elenco, 50 da mesma posição, todos ganhando bem e ninguém resolvendo nada. No final das contas, aquele centroavante que queria R$ 200 mil é foi considerado fora da realidade, ficaria muito mais em conta do que trazer meia dúzia. É só somar os salários de Ortigoza, Fárias, Bobô, Keirrison e Wellington Paulista, que você pagaria tranquilamente o Fred e ainda sobrava uma rebaba para um Rafael Moura.

O problema do Cruzeiro de hoje (digo era Perrella) é que ele é bom em fazer comercio, em vender jogadores. Mas ele não é bom em fazer futebol, como faziam as famílias Furletti e Massi. Então vou dar um conselho ao Sr. Gilvan de Pinho Tavares para voltar a fazer história no palestra, e como um torcedor ilustre, eu tenho certeza que ele também deseja isso. Resgate a velha e boa política de fazer negócios que tornou o Cruzeiro conhecido nacionalmente como Raposa.

Escale os times, principalmente da década de 90, os memoráveis Ademir, Douglas, Boiadero, Luis Fernando Flores, Ricardinho, Fabinho, Palinha, Charles, Mario Tilico, Paulo Roberto, e por ai vai um esquadrão de craques que poderíamos citar a tarde inteira.

O conselho Dr. Gilvan é a política de enxergar o futebol com inteligência e pés no chão. Quando digo pés no chão não quero dizer mão de vaca, e quando digo inteligente, quero dizer pontual, certeiro.

Os times vencedores do Cruzeiro, sempre foram feitos com 3 tipos de jogadores. Os competitivos, os renegados e a base. O negócio é enxergar em clubes como Coritiba, Ceará, Bahia, Guarani, Ponte Preta, América, entre outros, o local perfeito para buscar os “competitivos”, assim como fizeram para buscar Charles, Boiadero e companhia. Nomes atuais, eu diria que Oswaldo e Juca do Ceará, assim como Marcos Aurélio e Gago do Coritiba, são exemplos de jogadores que podem ser úteis para montar um elenco.

No caso dos renegados, a lista é tão grande quanto os que fizeram história (ex; Alex, Fabinho, Palinha, etc). No São Paulo tem o Marlons, Jean e Fernandinho. No Internacional o lateral Kleber está de saída, William Magrão está encostado no Grêmio, Deivid não convence no Flamengo, assim como Rafael Moura, mesmo que marque todos os gols do mundo, não vai conseguir sair da reserva do Fluminense. Não estou comparando, mas são todos jogadores que negociáveis e que podem ter sucesso aqui, afinal, já mostraram seus valores. Sei que nem todos vão agradar, mas se fizermos um tour pelos elencos do Brasil, vamos ver muita gente boa que não está rendendo o esperado e que seria uma contratação interessante. Quer um exemplo clássico, no nosso rival tinha um tal de Diego Souza.

No caso da categoria da base, está ficaria mais tranqüila e serviria para compor o elenco. O Atacante Leo, os meias Elber e Eber, os laterais Gabriel Araujo e Gil Bahia, teriam mais tempo para se adaptar ao profissional.

Falando em base, já citei aqui o exemplo do Barcelona que forma suas equipes de baixo no mesmo esquema de jogo utilizado pelo técnico do profissional. Uma forma de adaptar melhor o jogador quando este subir de categoria. Então é deixar a mala do empresário de lado e implantar no clube uma filosofia de Clube de Futebol, que visa o futebol em primeiro plano e a formação de craques em casa.

Outra cornetada? Toda janela de transferência é a mesma coisa, todo mundo anuncia contratações e o Cruzeiro só recebendo assédio. Ta na hora de mudar a postura. Vamos mudar o foco e dificultar o outro lado também. Se tem jogador aqui com contrato para encerrar, e fica chovendo proposta, vamos começar a tumultuar também, vamos assumir interesse em Deus e o mundo e fazer os cartolas alheios suarem um pouquinho para segurar seus jogadores, essa política de esponja só ta causando estresse, ta na hora de começar a bater.

3 comentários:

Carlos Sousa disse...

O texto está perfeito. Passou da hora do Cruzeiro mudar sua política e se modernizar. A começar pela relação entre diretoria e torcida. Precisamos de transparência, franqueza e de um canal de relacionamento moderno. O São Paulo incentiva a interatividade com o torcedor. Seu site oficial é moderno e atualizado, enquanto o site do Cruzeiro é ultrapassado e mais se parece com aqueles jornaizinhos internos de empresas. Entrem no site oficial do São Paulo e vejam a diferença.

William disse...

Ótima análise. Você poderia encaminhar o texto ao Dr. Gilvan, se ele tivesse humildade para lê-lo.

Marcello Zalivi disse...

Valeu galera!