ENQUANTO UNS QUEREM SAIR...

POR: JOÃO VITOR VIANA

Ontem foi a despedida de Marcos como goleiro profissional. Um dos bons que vi jogar, confesso. Um grande goleiro, exemplo de jogador. Goleiro que viveu uma má fase terrível, mas esteve muito mais no céu que no inferno. Com suas mãos salvou o Palmeiras e levantou muitos títulos ao único clube de sua carreira. Em números ainda figura atrás de Emerson Leão, que mesmo não tendo o tempo de Marcos no clube paulista, é o recordista de partidas com a camisa do Palestra. E no exemplo de Marcos se espelha o nosso goleiro: Fábio. Desde 2005 defendendo nossa meta, até 2016, quando finda seu contrato, poderá ser o jogador que mais atuou com a camisa celeste. Para Fábio, assim como para Marcos, razões sempre há para sair. Mas há também para ficar. E estas são maiores e por isso mais fortes.

Vimos recentemente jogadores chegando ao Cruzeiro para que o clube sirva de trampolim para a Europa. Não falam em carreira na Raposa. Não falam em títulos. Talvez por ter esses pensamentos tão individuais é que no final das contas só venha o dinheiro. Não há uma melhora no currículo. E pior: não há identificação com o clube.

Marcos é um grande exemplo. Que Fábio continue falando isso e se espelhando nele. De santo não tem nada, como ele mesmo disse. Mas é um exemplo de profissional, que ergue a bandeira do clube, que bate no peito e diz que torce, que chora quando perde e quando ganha, que tem a alma nas cores do clube que confia em seu potencial. Marcos fica na história, principalmente na palmeirense. E que a nossa continue tendo Fábio, um jogador que, até que provem o contrário ou ele mesmo manifeste isso, será o nosso exemplo de jogador que quer fazer história no clube que confiou nele e em quem a torcida também confia.