POR: RAPOSO SENSATO
Nos últimos dois anos, o Cruzeiro mudou muito a sua forma de gerenciar. Seja no último ano da Era Perrella, seja no primeiro da Era Gilvan, o Cruzeiro mais foi refém de investidores do que um "caçador de talentos".
Com um patrimônio enorme, o que gera um custo alto anual, o Cruzeiro tem a necessidade de receitas, que somente com cotas de TV e renda de jogos não consegue. Para tal, sempre fez antecipação de cotas ou empréstimos bancários, o que possibilitou o pagamento da folha salarial, a manutenção do patrimônio e a contratação de jogadores.
No entanto, o Cruzeiro se aliou muito a empresas e empresários que, prometende mundos e fundos, fizeram do Cruzeiro uma vitrine. O Cruzeiro passou a não investir mais em atletas, ou ainda, investir muito pouco, tendo pequena parcela sobre os jogadores e perdendo, por conseguinte, a autonomia em uma negociação. Cláusulas absurdas foram acordadas e, depois, não se fez valer o interesse do clube, mas somente do cofre do "investidor".
De uma só vez, o BMG tirou do Cruzeiro Thiago Ribeiro, Henrique e Gil. Nos três, o Cruzeiro levou muito pouco. Não trouxe jogadores à altura e se tornou, de vez, refém do dinheiro alheio. Sem ter porcentagem grande, em venda de atletas o Cruzeiro nada lucrou, não conseguiu fazer "caixa" e ainda se viu em uma situação cada vez pior. Para atenuar, jogadores como Montillo e Fábio viraram soluções para receita no início desse ano. Temendo uma represália da torcida, Gilvan segurou os dois, embora tivesse propostas boas por ambos.
E sem dinheiro, aliou-se ao técnico Vagner Mancini, que foi o responsável pela reformulação do fraco elenco de 2011, que o treinador criticou duramente, dizendo ter herdado atletas de trabalhos mal-sucedidos. Pois bem, indicou os amigos, que vieram em massa ao Cruzeiro. Resultado: deu tudo errado. Roth veio para arrumar a lambança de Mancini. Arrumou no início e bagunçou do meio para frente. Também indicou seus pupilos. E também não deu certo. Como Mancini, sai do clube dizendo ter herdado problemas de um passado ruim.
O que fazer para mudar em 2013? Primeiro: planejar. E planejar em cima de um treinador que saiba fazer um trabalho de primeira linha. Não é trazendo Marcelo Oliveira que vai resolver isso. Tem que investir em treinador que vai gerar renda para o clube, vai saber garimpar jogadores promissores e fazer do Cruzeiro um clube autosuficente, uma vez que o Sócio-Torcedor tem tudo para dar certo com a volta do Mineirão.
O Cruzeiro precisa voltar a pensar grande, sem ser refém de empresas ou empresários. Pelos boatos, o clube ainda insiste em trazer jogador desconhecido, como esse Uelliton, do Vitória. Se fosse um menino de 17, 18 anos, como era Ramires em 2007, tudo bem. Mas um cara de 25? Dê chances ao Lucas Silva, a outros garotos da base. Duvido que nessa base não tenha jogadores de melhor nível que esses que estão especulando.
Cruzeiro sempre foi formador de talentos e exportador de craques. Ultimamente, principalmente nos últimos dois anos, tem se mostrado um importador incompetente, pois não há talentos, mas apenas encargos... e como são onerosos!
Um comentário:
Análise brilhante! Assino embaixo!Só faço um acréscimo: se a torcida não se mobilizar, a história pode se repetir no ano que vem!
Podem vir mais contratações equivocadas e outro treinador incompetente.
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